Helena Lunardelli para C6 Bank

Ou você faz publi do C6 Bank ou usa joias que valem um carro. Os dois, não dá. Como marqueteira, entendo o C6 Bank montar um plano de ação para se conectar com algumas das maiores influenciadoras do Brasil. O que me surpreende é que ninguém tenha ficado desconfortável com tamanha incompatibilidade entre o perfil e público da marca e influenciadora. Não necessariamente é sobre qual influenciadora, há muito do “como”.
Se estivéssemos no tempo da publicidade em que a Xuxa usava Monange, esse publi faria sentido. Mas estamos em 2022 numa era em que a gente até pode aceitar volume excessivo de publicidade, mas que, por favor, nos entregue alguma verdade, relevância ou coerência. Nada disso foi feito. Para muito além da ausência de fit entre conceito e posicionamento, a legenda também explora de forma pouco feliz a relação do titular do cartão com dependentes. Estamos numa época em que (quase) ninguém pede algo emprestado. E que suplicamos por educação financeira. Marcas, sejam agentes de informação e não de humor (especialmente se envolver dinheiro).
À parte isso, a influenciadora Helena Lunardelli, da F Hits, competentíssima para falar de beleza e com excelente conteúdo na área, em nada transmite a força, expertise e popularidade necessárias para se associar a um banco como o C6, no meu entendimento. Fosse o Safra, estaríamos todos nós muito mais inclinados a assimilar a propaganda como uma extensão de uma marca que a própria consome. Mas não. E nem é isso que mata a publicidade, ao meu ver: é o quão todo o contexto nos induz a pensar que houve certa falta de empenho, de ambos os lados, de entregarem algum valor. Porque cartão de crédito, dinheiro e valor são coisas bem diferentes. E o último é sempre mais desafiador.
E você? Viu o publi e correu pra pedir o seu C6?