Influenciadores: por que, como público, seguimos dando audiência?

Vício, hábito, carinho, carência, relevância, inconsciente coletivo, necessidade, identificação, afinidade: cerca de 15 anos depois do surgimento da profissão blogueira e a consequente abertura do mercado de influência, por que seguimos ávidos espectadores de tantos perfis?

O contínuo crescimento deste mercado e a fidelidade da audiência me geram curiosidade, devo dizer.

Quando surgiram as primeiras blogueiras, entre 2006 e 2009, a paixão foi óbvia e facilmente explicável, entendível – afora a novidade, nós, que provavelmente sempre amamos moda, beleza e comportamento, deixamos de ser meros leitores da Vogue para estarmos hiper conectados a uma pessoa cheia de conteúdo, interessância e uma vida comum que era tão similar à nossa e tão cheia de twist.

Camila Coutinho, Thássia Naves, Lala…começamos a acompanhar esses nomes e simplesmente chegamos até aqui, parece que milhares de anos depois, sem nos desconectarmos por completo das influenciadoras que conhecemos há 12, 15 anos. O que explicaria essa conexão, além do ótimo trabalho feito regularmente durante grande parte destes anos?

Que as blogueiras haviam surgido para ficar, sempre soube, porém os últimos 5 anos, ao meu ver, foram a comprovação do quão sólido é este formato: somente vício, hábito, carinho, relevância (tal qual o início deste conteúdo) podem explicar o motivo pelo qual a audiência segue forte mesmo diante do revés da proporção da espontaneidade e da publicidade.

No último mês, acompanhei 20 grandes influenciadoras com afinco e contei nos dedos o conteúdo orgânico ao qual tivemos acesso como audiência, ou seja, cerca de 90% de inserções eram publicitárias. E é a publicidade que paga a conta, e absolutamente legítimo que a conta da superexposição seja paga. Mas cansa a audiência e toda a cadeia, e mesmo assim essa audiência se mantém robusta. Por que? O que explica?

Estaríamos todos nós no piloto automático da proximidade com as blogueiras-veículos que amamos? O descolamento da nossa vida real nos inspira a sonhar alto e por isso seguimos como espectadoras? Os conteúdos orgânicos maravilhosos compensam a publicidade?

Acho que nem o Globo Repórter saberia explicar. E você?

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