Mc Marcinho: sua obra é o que te torna imortal

Quando você cria uma obra que continua atual mesmo depois de 20 anos, você se torna imortal.

Quando você consegue circular entre públicos absolutamente distintos, você se torna imortal.

Quando você cria algo que ainda não existia, você se torna imortal.

Quando a sua obra participa de momentos históricos da vida de milhares de pessoas, você se torna imortal.

Quando tudo muda depois da sua obra, quando você inova mesmo sem ter a consciência disso, você se torna imortal.

Quando você desafia o lugar em que você nasceu, as suas probabilidades, a sociedade, sua profissão e genero musical, e muda de vida, você se torna imortal.

Quando você consegue ter uma carreira de muitos anos com pouquíssimo ou nenhum desafeto, numa área que transborda ego, você se torna imortal.

Quando a sua obra é o que sempre prevalece, e nunca a sua vida pessoal, matrimonial ou patrimonial, você se torna imortal.

Quando você não precisa apelar para falas polêmicas, destrutivas ou midiáticas, porque a sua obra se basta, você se torna imortal.

MC Marcinho se tornou imortal no dia em que compôs glamourosa (e tantos sucessos), e você nem precisa gostar de funk para admitir isso.

Eu não sei o que é um átomo, mas jamais esqueci a letra de Glamourosa e, como uma pessoa da indústria, é muito fácil admitir que a sua forma de fazer música influenciou tudo o que viria depois na indústria musical, abrindo as portas para a criação de um novo gênero, um novo approach, uma nova forma de se fazer entretenimento. Uma nova forma de se viver, mesmo vivendo do funk.

Márcio André Garcia deixou a sua marca no mundo (e coração também), e não será uma partida física que vai diminuir a potência da sua obra, que seguirá imortalizada para todos os brasileiros que cresceram com ele nos bailes ou nos Ipods.

Hoje a indústria e os fãs podem até chorar o adeus, mas sempre será mais forte todas as vezes em que sua discografia nos fez sorrir e dançar, quando isso bastava para nos sentirmos glamourosas.

Mc Marcinho nunca vai ler, nem saber, mas a sua OBRA ficou perpetuada na minha e em milhares de histórias. Você entregou o seu legado!